Acontece o Encontro Mundial das Famílias 2022
06/24/2022 NotíciasO ENCONTRO MUNDIAL DAS FAMÍLIAS NA SUA CASA
Marília de Paula Siqueira – Cidade do Vaticano, em 21 junho 2022
A partir do dia 22 de junho, inúmeras famílias estarão presentes no X Encontro Mundial das Famílias com o Papa Francisco, em Roma. Segundo a organização do evento, este será realizado de forma “multicêntrica e generalizada” e terá características diferentes em comparação com o eventos dos anos anteriores. O evento, já adiado por um ano devido à pandemia de Covid-19, não pode, no entanto, ignorar a mudança do contexto global devido à situação da saúde.
As famílias que estiverem em Roma poderão acompanhar todos os momentos de forma presencial. Mas para quem está no Brasil, uma forma de acompanhar toda a programação ao vivo em Roma é também através do aplicativo disponível no site: https://www.romefamily2022.com/pt/
E para acontecer o encontro das famílias na sua casa, propomos a você cinco momentos que poderão ser realizado entre seus familiares. Dicas especiais para viver estes momentos é preparar o ambiente em sua casa e reunir a família.
Oração Inicial para todos os dias:
Pai Santo,
estamos aqui diante de Ti para louvar-Te e agradecer-Te
pelo grande dom da família.
Nós Te pedimos pelas famílias
consagradas no sacramento do matrimônio,
para que possam redescobrir todos os dias a graça recebida e,
como pequenas Igrejas domésticas, saibam testemunhar a tua Presença
e o amor com o qual Cristo ama a Igreja.
Nós Te pedimos pelas famílias
que passam por dificuldades e sofrimentos,
doença ou por problemas que só Tu conheces:
que Tu as sustentes e as tornes conscientes
do caminho de santificação ao qual as chamas,
para que possam experimentar a tua infinita Misericórdia
e encontrar novos caminhos para crescer no amor.
Nós Te pedimos pelas crianças e jovens,
para que possam encontrar-Te
e responder com alegria à vocação que planejaste para eles;
por seus pais e avós, para que sejam conscientes
de serem sinal da paternidade e maternidade de Deus
no cuidado dos filhos que, na carne e no espírito, Tu confias a eles;
pela experiência de fraternidade
que a família pode dar ao mundo.
Senhor, concede que cada família
possa viver a própria vocação à santidade na Igreja
como um chamado para ser protagonista da evangelização,
a serviço da vida e da paz,
em comunhão com os sacerdotes e em cada estado de vida.
Abençoa o Encontro Mundial das Famílias,
Amém!
22 de Junho – Vocação e família
Meditação: A vocação como chamado. O termo vocação deriva do verbo latino vocare, que quer dizer chamar. O primeiro chamado de Deus para cada criatura é a tornarem-se, pelo sacramento do Batismo, filhos Seus. Dentre os batizados, alguns são chamados a dar a Deus a sua existência através de uma consagração sacerdotal ou religiosa; outros, a dar-se ao Senhor no sacramento do Matrimônio. Porque a vida matrimonial também se configura como uma vocação, como um chamado de Deus.
O Matrimônio é a resposta a um chamado. No sacramento do Matrimônio, os esposos respondem a um chamado que Deus lhes fez. Um chamado que consiste em amar como Ele ama. O sim pronunciado pelos esposos no dia do casamento, porém, colide todos os dias com a dificuldade de amar o cônjuge nas suas fragilidades e fraquezas. Isso significa que o chamado ao Amor tem de ser sustentado pela graça de Deus. Esta requer, da parte dos esposos, uma acolhida contínua dessa mesma graça que, recebida diariamente, faz com que os cônjuges aprendam gradualmente, com tenaz perseverança e humilde paciência, a amar como Jesus ama. É reconfortante saber que, apesar dos desgastes e dos momentos de dificuldade, a presença de Cristo é sempre um apoio indispensável e um conforto incomparável. A Sua Voz, acessível na Palavra, não cessa de chamar, de consolar e encorajar a prosseguir nesse caminho.
Sugestões de reflexão em casal/família:
• Partilhemos em casal e com os nossos filhos se em nossa juventude perguntamo-nos qual
era o chamado de Deus para nós.
• Tínhamos consciência de que casar-se era responder a um chamado de Deus?
Oração espontânea pela família.
23 de Junho – Chamados à santidade!
Escolhidos por Deus para sermos santos. A que é chamada a nossa família? São Paulo – chamado pelo Senhor a uma virada radical na sua vida (cf. At 9, 1-28) – poderia responder assim: “Bendito seja Deus, […] [que] nos escolheu antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele no amor.” (Ef 1, 3-4). Uma família nasce quando um homem e uma mulher decidem começar juntos uma experiência de vida comum, sustentados pela graça de Cristo. Quando isso acontece, a vida conjugal, rica em novidades e novos desafios a enfrentar, torna-se para os cônjuges, conforme diz o rito do Matrimônio, novo caminho para a santificação e, por consequência, um percurso privilegiado para a santidade.
Da mesma forma, a vida da família, permeada de laços, por vezes complexos, e de relações nem sempre fáceis, torna-se um lugar particularmente propício e favorável para contemplar a ação do Espírito de Deus, que tem por missão, entre outros, fazer uma obra de conversão do coração do homem, mudando as suas atitudes e permitindo que os membros da família amem como Cristo ama.
A santidade: um chamado para todos “Pois sou eu, o Senhor, o vosso Deus. Fostes santificados e vos tornastes santos, por que eu sou santo” (Lv 11, 44). O Papa Francisco, na Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate, a terceira do seu pontificado, exorta o homem a responder à sua chamada à santidade. Deus não chama todos, de maneira anônima e genérica, mas dirige a cada um de nós um apelo pessoal.
Sugestões de reflexão em casal/família:
• Tornar-se santo “cada um por sua via”: é o chamado de Deus a sermos o melhor que podemos ser. Quais são os dons particulares que Deus me deu?
• Deus “guia-nos a tornarmo-nos santos”: quando me senti guiado por Deus nesse caminho de santidade?
• Houve eventos, encontros, ocasiões que me fizera uma pessoa melhor ou uma família melhor?
Oração espontânea pela família.
24 de Junho – Nazaré: tornar o amor normal!
A humildade de Nazaré Observando a família de Jesus, Maria e José, cada família pode redescobrir o seu chamado, pode começar a entender-se um pouco mais, orientar-se no caminho da vida e sentir-se atraída pela alegria do Evangelho.
É importante não esquecermos que o Filho de Deus feito homem viveu por muitos anos no seio de uma família humana normal e humilde. Pois é justamente nas realidades humildes e normais que o Senhor deseja entrar e habitar. Hoje, na nossa humilde e normal existência, sob o modelo da pequena Nazaré, composta por “uma oficina, quatro casas, uma aldeia insignificante”, pode tornar-se o lugar eleito por Deus como morada do Seu filho Jesus. Ninguém deve sentir-se excluído desse grande e surpreendente dom!
Tornar o amor normal | O tempo que Jesus viveu em Nazaré, no seio da Sagrada Família, ilumina de um modo novo a vida de cada uma das nossas famílias: o ritmo quotidiano da vida, aparentemente insignificante e sem sentido, pode-se traduzir numa nova forma de realizar a chamada específica da família: tornar o amor normal.
Dar lugar a Jesus | Para realizarmos o nosso chamado e tornarmos normal o amor, só podemos dar lugar a Jesus. “Trata-se de aprender a descobrir Jesus no rosto dos outros, na sua voz, nas suas reivindicações” (Evangelii Gaudium, 91). Os nossos relacionamentos são sempre ocasiões propícias e favoráveis para viver a nossa relação com Cristo; eles representam para nós a possibilidade de encontrarmos o rosto de Cristo, a sua voz, as suas reivindicações.
Fazendo com que o amor se torne normal, cada família pode oferecer ao mundo uma contribuição insubstituível, para que se cresça no verdadeiro amor e na solidariedade autêntica. Nenhuma outra escola pode ensinar o amor autêntico, genuíno, alcançável e convincente como uma família.
Sugestões de reflexão em casal/família:
• Como podemos “tornar o amor normal” na nossa família?
• Como podemos “dar espaço a Jesus” na nossa família?
Oração espontânea pela família.
25 de Junho – Pais e mães
A força de um amor que gera vida. O caminho para a santidade, quando tomado por um pai ou uma mãe, passa pelo crescimento do amor recíproco e do amor que dão aos filhos. Existe um chamado belíssimo e forte em tornar-se pai e mãe. Esse chamado consiste em partilhar com Deus o poder de um amor que gera vida na carne e no espírito. É um chamado que durará a vida inteira e em todas as circunstâncias. O amor de um homem e de uma mulher é sempre fecundo, mesmo quando não têm filhos ou quando os pais ficam velhos. Com efeito, os cônjuges sempre podem gerar filhos de Deus.
Sempre que um pai e uma mãe acolhem uma nova vida e a protegem, sempre que perdoam e tomam o seu caminho, trazem o Céu à terra. Nesse momento, é o Espírito Santo que age neles.
“Portanto, a primeira necessidade é precisamente esta: que o pai esteja presente na família. Que se encontre próximo da esposa, para compartilhar tudo, alegrias e dores, dificuldades e esperanças. E que esteja perto dos filhos no seu crescimento: quando brincam e quando se aplicam, quando estão descontraídos e quando se sentem angustiados, quando se exprimem e quando permanecem calados, quando ousam e quando têm medo, quando dão um passo errado e quando voltam a encontrar o caminho; pai presente, sempre. Estar presente não significa ser controlador, porque os pai demasiado controladores anulam os filhos e não os deixam crescer. […] Um pai bom sabe esperar e perdoar, do profundo do coração. Sem dúvida, também sabe corrigir com firmeza: não se trata de um pai fraco, complacente, sentimental. O pai que sabe corrigir sem aviltar é o mesmo que sabe proteger sem se poupar”.
“Ser mãe não significa somente colocar um filho no mundo, mas é também uma escolha de vida. O que escolhe uma mãe, qual é a escolha de vida de uma mãe? A escolha de vida de uma mãe é a escolha de dar a vida. E isto é grande, é bonito. Uma sociedade sem mães seria uma sociedade desumana, porque as mães sabem testemunhar sempre, mesmo nos piores momentos, a ternura, a dedicação, a força moral. As mães transmitem, muitas vezes, também o sentido mais profundo da prática religiosa: nas primeiras orações, nos primeiros gestos de devoção que uma criança aprende, está inscrito o valor da fé na vida de um ser humano.” (Papa Francisco)
Sugestões de reflexão em casal/família:
• Possamos reler as palavras do Papa Francisco e reflitamos sobre o nosso ser pai e o nosso ser mãe.
• O amor dos esposos é fecundo mesmo ao gerar filhos de Deus, ao ser pai e mãe espiritual dos seus próprios filhos e de toda pessoa que encontramos, dando-lhes o Amor terno, acolhedor, firme, seguro de Deus Pai. Quais são os filhos espirituais que Deus nos confia neste momento da nossa vida?
Oração espontânea pela família.
26 de Junho – Os avós e os idosos!
Os avós e os idosos também fazem parte das nossas famílias. Hoje a cultura do descarte dominante tende a considerar os idosos como pouco importantes e até mesmo insignificantes para a sociedade. A velhice, pelo contrário, é um tempo adicional para responder ao chamado de Deus. Trata-se sem dúvida de uma resposta nova, diferente, e de um certo ponto de vista também mais adulta e madura.
A vocação ao amor é uma chamada que Deus nos faz em cada fase das nossas vidas. Isto significa que mesmo os avós e os idosos são chamados a viver a graça da sua relação com o Senhor através do relacionamento com os filhos, com os netos, com os jovens, com os adolescentes e as crianças. A resposta a esta chamada se articula em duas direções: uma é dada pelo que eles podem oferecer aos outros através da sua experiência, paciência e sabedoria; a outra, do que eles podem receber dos outros na sua condição de fragilidade, fraqueza e necessidade.
Os idosos oferecem, desta forma, a si próprios e aos que com eles entram em relação, uma ocasião a mais de crescimento humano, autêntico e maduro.
Envelhecer é difícil. Não podemos negar que seja difícil tornar-se idoso. Para uns, é uma experiência repleta de amargura e tristeza, principalmente se vier associada a doenças ou patologias que tornam complicado realizar as atividades normais que se faziam no passado.
Às vezes, o tempo da velhice é marcado também pelo luto causado pela perda do cônjuge com o qual se passou grande parte da vida. Num certo sentido, mesmo o tempo da velhice, caracterizada pelos simples e humildes episódios da vida vividos no escondimento, no silêncio e numa condição de aparente irrelevância para a história do mundo, pode ser comparado à vida da Sagrada Família de Nazaré. O período da velhice é também o momento no qual, depois de se tornar mais necessitados e menos independentes, cresce nos idosos a oração e o diálogo com Deus. É indubitavelmente um tempo privilegiado e propício de graça e de santificação.
Sugestões de reflexão em casal/família:
O que fazemos para envolver os avós e idosos? O que mais podemos fazer?
Oração espontânea pela família.
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Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2022-06/10-encontro-mundial-das-familias-na-sua-casa.html